sábado, 21 de setembro de 2013

Filosofia: Alegoria da Caverna: Platão

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Platão foi um filósofo grego, nascido na cidade-estado de Atenas, conforme a tradição, em 428-7 a.C. e morreu em 348-7 a.C..
Dentre sua vasta obra, destaca-se “A República” obra de sua maturidade. Platão utiliza-se de sua maneira peculiar de escrever, através de diálogos, Sócrates é um dos interlocutores e discorre acerca dos efeitos alienantes do hábito, dos preconceitos e condicionamentos que dão ao homem a ilusão de conhecer a realidade da natureza.

A alegoria ou mito da caverna

Sócrates propõe a Glauco imaginar uma caverna; dentro da qual encontram-se homens agrilhoados desde a infância. É-lhes impossível mover seus corpos incluindo suas cabeças. Atrás, arde uma fogueira que ilumina a parede à frente deles. Entre eles e a fogueira ergue-se algo como um tapume, semelhante àquele que os exibidores de marionetes usam entre eles e o público. Uma estrada estende-se ao longo deste muro, ocultando os corpos dos transeuntes. Tais passantes carregam toda a sorte de objetos fabricados por eles, de forma que suas sombras são projetadas na grande parede de pedra à frente dos prisioneiros populando-a com formas em movimento.
Os prisioneiros nomeiam tais formas à medida que conversam entre si, crendo ver seres reais. Os dias e anos passam e o mesmo cenário se repete.
Se um desses homens fosse libertado de seus grilhões, não mais mantido a ferros, desesperado com a nova situação, sentisse compelido a escalar a íngreme ladeira em direção à saída desta caverna, à entrada, seus olhos, ofuscados pela luz irradiada pelo sol, não distinguiriam, de início, os objetos os quais via apenas as sombras.
Depois de algum tempo – tendo os seus olhos acostumados com a luz –, contemplando o mundo exterior, toda sua diversidade, os contornos das formas, as cores, o movimento, o som, acostumar-se-ia àquela situação compreendendo que vislumbrara apenas sombras durante toda a sua vida dentro da caverna. Tantas descobertas trá-lo-ão grande alegria; ele, em um ímpeto voluntarioso, movido pelo sentimento de pertencimento ao grupo, retorna ao seu assento à caverna.
Sócrates interpela Glauco: -- Entre seus amigos, o prisioneiro regresso emitiria juízos sobre as sombras em ampla divergência à opinião dos outros prisioneiros que o julgariam louco e atentariam contra sua vida.
Platão deseja mostrar-nos, através da voz de Sócrates, que “(...) o mundo que apreendemos pela vista à estada na prisão, a luz do fogo [conjunto de hábitos e valores culturais que nos são impostos] que ilumina a caverna à ação do sol. Quanto à subida e à contemplação do que há no alto, considera que se trata da ascensão da alma até o lugar inteligível [o mundo da razão, a única realidade para Platão].” (MARCONDES, Danilo. 2004: p. 65).
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FONTES:
MARCONDES, Danilo. O período clássico: 4 – Platão. In.: Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 8ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed., 2004 (p. 54-68).

MELO, Joandre O. O Mito da Caverna. In.: Blog Espaço “Intuição”.  Disponível em: 29.06.2013 – 17:42.
Platão – Vida e obra. São Paulo: Editora Nova Cultural Ltda., 1999 (p. 5-27).

(*) Imagem “Caverna de Platão” disponível em 29.06.2013 – 17:42: http://www.univ-ab.pt/~vcardoso/articles/Il_re_ed_files/Image8.gif.

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