domingo, 16 de junho de 2013

Aqueles que partem:
 Por Joandre Oliveira Melo
Sempre comparei o homem a um barquinho.
Nós os vemos atados fortemente ao lenho do cais.
Tempestades veem e passam; estrondosos turbilhões em torvelinhos aterradores.
Tudo que o barquinho, atado ao lenho do cais, pode fazer é mover-se freneticamente ao sabor das ondas,
Um alto e baixo insistente sem, contudo, nunca naufragar; por que permanece ali, atado ao lenho do cais.
O sol brilha convidando o pequeno barquinho a lançar-se ao mar,
Mas, o barquinho permanece ileso, atado ao lenho do cais.
Passa o tempo, passam pessoas; outros barquinhos navegam próximo, alguns naufragam.
Aliás, todos um dia naufragam...
Mas, o barquinho permanece ileso, atado ao lenho do cais.

Tudo é muito bom e tranquilo para o barquinho, enquanto, atado ao lenho do cais.
Contudo, não foi para isso que o barquinho foi criado.

Ele foi criado para singrar os mares,
Cortar ondas levadiças,
Aventurar-se pelo imenso, profundo, tempestuoso.
Aportar em belas ilhas, perdidas no imenso oceano da vida,
Admirar e alegrar-se com paisagem.
Enfim, navegar, livre, sem amarras, rumo ao por do sol.

Este é o destino do homem...

Que estas simples palavras sejam tripulação deste barquinho a navegar pelas águas da vida.

Assinado: barquinho, que ainda permanece atado ao lenho do cais, por enquanto...

3 comentários:

  1. Johandre

    Muchos son los barcos atados a los muelle,la mayoría abandonados porque es elevada la cuota de las guarderías y otros porque no lo sienten en el corazón a esa embarcación que tanto les ha brindado.

    ¡¡ Hermoso lo que has escrito !!

    un beso

    ResponderExcluir
  2. E que o barquinho continue a navegar....

    Adorei!!
    Abraços

    ResponderExcluir
  3. A corda que prende o barco chama-se escolha e pode facilmente ser rompida basta coragem de ser HOMEM.

    ResponderExcluir

Agradeço pelo seu comentário.