Joandre Oliveira Melo
Advertência ao leitor: Para entender o texto abaixo é necessário que assistam aos filmes nos links indicados no final do texto. Trata-se de uma exposição livre de minhas idéias acerca do trabalho de Karl Marx apresentado pelo nobre filósofo Paulo Ghiraldelli Jr.Karl Marx(1818-1883), talvez um dos últimos filósofos criadores de sistemas, mudou o modo de ver e pensar da humanidade sobre sua existência e sobre a realidade à qual está subjulgada.
Nos links abaixo estão duas apresentações do filósofo Paulo Ghiraldelli Jr. sobre a sua ótica do pensamento Marxiano. Eu penso que novas leituras de Marx, utilizando-se do pensamento contemporâneo e de uma "pseudo"(friso meu) experiência empírica da aplicação de suas idéias, que ocorreu na antiga União Soviética, devem ser rapidamente produzidas. Uma dessas leituras é a do eminente filósofo em epígrafe (ver link abaixo).
Entretanto, a abordagem do nobre filósofo nos mostra um limite nas teorias de Marx, o qual poderia, segundo ele, levar-nos acreditar que existiria um calcanhar de aquiles, um ponto que se tornaria dogmático, dentro da teoria que se quer racional e dentro de um arcabouço filosófico. Este ponto, citado por Ghiraldelli, refere-se às circunstâncias possíveis para que o proletariado vença seu estado de alienação e tome consciência de sua condição de explorado.
Embora, eu não seja um especialista nas obras de Marx e baseando-me apenas no que tenho lido e estudado nos últimos anos, dentre outros, destaco, para tentar explicar que não há fissura no pensamento de Marx, que leve-nos ao dogma. Pelo menos não no ponto explicado pelo nobre filósofo Ghiraldelli.
Para tanto, é preciso que levemos em consideração os trabalhos de Marx sobre a sua tese de doutorado, onde o preclaro filósofo analisa as "diferenças entre a filosofia da natureza em Democrito e Epicuro". Epicuro é bastante conhecido e seu pensamento é equivocadamente caracterizado como hedonista. Ao meu ver, Epicuro teoriza sobre algo muito claro, ou seja, a busca do Homem pelo prazer, não a satisfação desmedida, mas o prazer como um sentimento de "bem estar". Esse ponto seria ou, pelo menos, deveria ser, segundo Epicuro, o norteador das ações humanas.
Com efeito, não existe um ponto inexplicável racionalmente ou dogma para a questão da tomada de consciência do proletariado com relação à sua condição inferior às elites burguesas. Todos são homens; aqueles que desfrutaram do inebriante prazer da fortuna, do ócio, não hesitarão em lutar com todas as armas para manutenção do Status quo e, inclusive oprimirão cada vez mais o proletariado para se satisfazerem compulsoriamente. Por outro lado, os oprimidos impelidos pela mesma natureza, proposta por Epicuro, sentirão o peso cada vez maior da opressão da classe dominante que tenderá ao limite da tolerância humana. Destarte, serão, teoricamente, forçados a questionarem sobre sua condição e serão levados à tomada de consciência. Nesse momento deixarão de ser uma classe em si e se tornarão classes para si, ou seja, a solidariedade que existia entre os proletários, apenas por afinidade, se transformará em uma imperiosa vontade de revolucionar, de quebrar os grilhões que os prendem à uma realidade deprimente criada para manter uma elite ávida em satisfazer seus desejos. O Aclarar dessas idéias trará ao pensamento proletário, a noção de que a realidade social à qual estão submetidos, não transcende a sua vontade e, portanto, pode ser mudada. Esse acirramento do conflito de classes culminará com a Revolução do Proletariado - que também pode não ser uma revolta armada, radical e violenta. Logo, não existe nenhum dogma neste ponto.
Obviamente, que o espaço não permite uma disposição maior dos argumentos. Parti, portanto, do pressuposto de um conhecimento prévio das leituras de Marx.
Com efeito, vejo que Marx tem um ou alguns pontos fracos. Mas, estes pontos encontram-se na abrodagem da natureza humana em suas teorias; obviamente que, analisando através do pensamento moderno, com todos os subsídios que temos hoje para a compreensão do homem. Mas, para a construção de um trabalho magnífico como o que Marx fez e os conhecimentos da época, ele deveria defenir um ponto de partida. E o ponto de vista de Marx para o seu recorte foi perfeito levando-se em considerando-se a época. Mas, este é um assunto para um outro artigo.
Sem mais demorar-me com mais querelas e questões que devem ser devidamente discutidas, vamos aos filmes.
Filosofia Marx - 1 - http://www.youtube.com/watch?v=5WdE0XVnzUc
Filosofia Karl Marx - 2 - http://www.youtube.com/watch?v=A20DvzN0XAg
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Referências
Os filmes foram encontrados no Youtube nos links indicados acima, disponível em 15/11/2008, 23:00
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