terça-feira, 2 de abril de 2013


O Vampiro

Tu que, como uma punhalada,
Entraste em meu coração triste;
Tu que, forte como manada
De demônios, louca surgiste,

Para no espírito humilhado
Encontrar o leito e o ascendente;
- Infame a que eu estou atado
Tal como o forçado à corrente,

Como ao baralho o jogador,
Como à garrafa o borrachão,
Como os vermes a podridão,
- Maldita sejas, como for!

Implorei ao punhal veloz
Que me concedesse a alforria,
Disse após ao veneno atroz
Que me amparasse a covardia.

Ah! pobre! o veneno e o punhal
Disseram-me de ar zombeteiro:
"Ninguém te livrará afinal
De teu maldito cativeiro.

Ah! imbecil - de teu retiro
Se te livrássemos um dia,
Teu beijo ressuscitaria
O cadáver de teu vampiro!
(Baudelaire)

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Referências

Poema publicado no blog In my darkest dreams by Vane disponível em 02.04.2013 21h:33min.

2 comentários:

  1. Olá Joandre!

    Belíssimas palavras de Baudelaire.. Autor que escreve, realmente, de maneira única.

    Obrigada por estar sempre presente em meu blog!
    Tenha uma boa semana.
    Um grande abraço..

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  2. Olá passando pelos blogs cai aqui no teu e curti muito suas postagem!

    Não conheço esse autor Baudelaire e nunca tinha ouvido falar... mais gostei muito da postagem.

    Até

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Agradeço pelo seu comentário.