terça-feira, 14 de maio de 2013

Cartas a Tio Antônio: Honestidade.

Honestidade: tema na pauta de todos os tempos; em todas as épocas Honestidade, considerada uma virtude, é o ponto central da discussão em todos os níveis das sociedades constituídas.
Sócrates a considerava como uma princesa, filha da humildade senhora suprema de todas as virtudes; fonte de sua ira contra os sofistas. Platão narra o diálogo de Sócrates com um político ateniense que tinha por ética a labuta utilizar-se da política para beneficiar-se a si próprio e aos seus familiares e amigos próximos.
Protágoras, o sofista, não veria desta forma a honestidade; uma vez que coloca o homem como medida de todas as coisas.
O Senado Romano, em épocas de "ditadura", legislava sob a tutela absoluta e inquestionável do imperador.
Maquiavel -- tomado pelo ânimo, ao ver César Bórgia (Duque Valentino), filho do papa Alexandre VI, prosperar utilizando-se dos mais vis ardis contra seus inimigos --, escreve à casta política: "Seja bom, sempre que possível, não sendo possível seja cruel e pratique o mau, pois, nas coisas da política, o mau não é de todo ruim, mas como qualquer outro um meio de se chegar a um fim". Saibam todos os príncipes da Terra que é melhor ser temido a ser querido; porque, sabendo seus súditos, o peso do punho do príncipe, reconsiderarão ao conspirar contra ele. Saibam ainda, todos os príncipes do mundo que pilhar, usurpar, oprimir e enganar é nobre nesta casta e, acima de tudo, promove a acumulação, que Marx chamará de acumulação primitiva do capital.
Honestidade! como poderia sobreviver a tais golpes? certo dia li que vivemos o melhor de todos os regimes passados (coisa de positivista), mesmo com toda a desonestidade, pois, vivemos sob algo que seria o mais orgânico dos sistemas, suportamo-nos porque precisamos de alguém que "produza" algo que nos "atenda" ou que nos "atenda" para que "produzamos" algo. O sistema, em resumo, não nos quer, nem nós nos queremos mutuamente, mas queremos aquilo que o outro produz.

Um comentário:

  1. Joandre,

    Realmente, os dois textos aos você se refere, esbarram na idéia: “Não vemos o ser humano, como pessoa, portadora de um propósito, mas a sua força de trabalho, seja física seja intelectual que pode ser explorada.
    O texto de Leonardo Boff, homem de consciência e coragem, pelo qual tenho o maior respeito. A expressão “Só Deus pode nos salvar” levou-me a uma outra fala de Boof, que presenciei numa mesa redonda, “Escrita, Liberdade e Transformação do Mundo” (Leonardo Boff e Mia Couto. Fórum das Letras.Ouro Preto. Nov. 2010)
    Transcrevo abaixo o que eu escrevi após ouvir Leonardo Boff e Mia Couto. Mas antes, tento uma resposta a “Só Deus pode nos salvar”: a salvação virá quando o homem quiser. No entanto, não se vê indícios dessa querença. Talvez porque o homem ainda não tenha sido sugado até ao osso.
    Vamos ao que entendi da fala de Boof que acredita que, com o fim do homem, o planeta terra ficará imensamente agradecido: :
    “_ O planeta Terra está acabando.
    _ Mentira!
    Não se preocupe com o fim do mundo. Vá cuidar de sua vida! O planeta vai durar milhões de anos. Com mata viçosa e temperatura aprazível, ficará viçoso, exuberante e puro quando a espécie humana acabar.
    No tempo de hoje, devido a diversos fatores como elevação da temperatura da Terra, consumo desregulado de água e energias, produção exagerada de lixo, espécies absolutamente indispensáveis a vida humana estão sendo extintas. Em conseqüência, o ser humano corre riscos de acabar, pois precisa da biodiversidade para sua sobrevivência. E o planeta Terra, o nosso mundo... Com o fim do homem, o mundo ficará extremamente agradecido.”

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