segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Super Herói às avessas - Uma nova ótica

Este foi o primeiro texto escrito por mim e publicado em jornal. O texto trata de uma nova visão sobre os mitos enaltecendo a condição humana e ampliando a visão do Homem para sua capacidade transformadora. É uma apologia ao Homem que, consciente de suas limitações, atua em seu meio como agente transformador, ele próprio faz a mudança, não precisa de heróis, pois, ele mesmo é o herói.

Por Joandre Oliveira Melo
Gostaria de apresentar-lhes uma outra visão de um super-herói. Peço, por favor, que olhem para ele, por um momento, sem julgamento de valores ou preconceitos.

O super-herói do qual gostaria de falar é o homem aranha, também conhecido como Spider man: Spider = aranha e man = homem. Assim está escrito em inglês.

Primeiro tiramos as lentes dos valores, que cobriam nossos olhos. Agora Despidos da roupagem da construção cultural, poderemos vê-lo de uma outra maneira, ou pelo menos tentar, somente como um super-herói, fruto da imaginação, e não como um ícone do imperialismo Norte-americano. Este é um importante passo que devemos dar para tirarmos proveito desta reflexão.

Ele é apenas um garoto que se torna super-herói quando é picado por um aracnídeo geneticamente modificado; pelo Homem. Assim começa sua saga.

Mais uma vez, vamos deixar de pensá-lo como um ícone Norte-americano e pensá-lo apenas como um super-herói, algo fruto da imaginação e do desejo humanos. Ele continua sendo humano. Ele é o meu favorito porque, como nenhum outro super-herói, ele se parece muito com o ser humano. Ele tem uma vida difícil: Está sempre devendo; mora com a tia pobre e aposentada que acaba por ser despejada; tem um sub-emprego onde o chefe o explora e ainda por cima sua namorada está para se casar com outro, seu melhor amigo. Contudo, ele nunca perde a esperança nos homens, está sempre pronto a ajudar, a se doar em favor dos outros.

Tudo isto me faz lembrar de um trecho de Nietzsche, um dos maiores filósofos do século XIX, em sua obra Genealogia da Moral: “(...) nascidos que somos para uma existência subterrânea e combativa (...)”. E não existe um ser tão subterrâneo quanto uma aranha..

Mas, no fundo, o que eu quero mostrar é a fortaleza do homem, gerado pela natureza, como uma aranha.... E ele é capaz de manipular genes e produzir tantas coisas belas e poderosas. E o homem jamais se rende; ele sabe que não passa de uma insignificante existência, dentro do cosmos, porém, não pára de “combater”.Toda manhã, quando acorda, cada pessoa deste planeta, cada ser humano trava sua batalha. E não é assim com o Homem-aranha?

Pense por este lado, e então? Agora dá para imaginá-lo metido na sua roupa vermelha e azul ou verde e amarela ou branco e azul ou com uma estrela ou vermelha com a foice e o martelo ou o sol ...

Com esse texto consegui o 1º lugar no Concurso de Contos e Poesia (2005) da Faculdade de Pará de Minas - FAPAM

Texto publicado no Jornal Diário em Junho de 2005.

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