sábado, 10 de abril de 2010

Esqueleto encontrado pode ser dos Hominídeos

Foi publicado na Revista Science, em oito de abril de 2010, a descoberta de partes de dois fósseis de aproximadamente 1,9 milhões de anos, sendo: de uma criança de aproximada doze anos de idade; e de uma mulher de aproximadamente trinta anos de idade.

A descoberta é creditada ao Dr. Lee Berger, antropólogo da Universidade de Witwatersrand de Johannesburg e seus colegas e colaboradores. O nome sediba significa fonte em um dialeto Africano local.

Segundo o Dr. Berger, a criança e a mulher teriam caído em uma abertura causada por erosão em uma caverna subterrânea e morrido. Seus restos teriam sido preservados sob camadas de terra que se sobrepuseram sedimentando-os e conservando algumas partes de seus esqueletos.

A descoberta, para o Dr. Berger, significa a "pedra de roseta" na definição anatômica do gênero homo. Segundo informado no artigo, fósseis com idades entre 1,8 e 2,4 milhões de anos são escassos e deixam uma lacuna no entendimento de como ocorreu o diferenciamento entre a espécie Australopithecus para a espécie homo; o homo erectus, por exemplo, considerado ancestral do homo sapiens sapiens espécie a qual todos nós pertencemos hoje.

O Dr. Berger acredita que os fósseis encontrados e batizados como sendo da espécie Australopithecus sediba, representam o elo perdido na diferenciação dos Australopitecínios, dos quais acredita-se originaram a espécie homo. Os esqueletos pertenceriam a seres em adiantado processo de transformação anatômica para a espécie homo, porém, ainda não apresentando tais características como algo definido. Assim, são considerados, ainda, da espécie dos Australoptecínios.

A descoberta, no entanto, encontra resistência de outros colegas do Dr. Berger que afirmam não poderem, através da análise dos elementos apresentados, afirmar que trata-se de um espécime já em evolução para a espécie homo, da qual somos descendentes diretos.

o Dr. Bernard wood, da universidade George Washington, discorda dizendo não ter encontrado evidências de que os fósseis sejam ancestrais dos homo. Poderiam ter sido Australopithecus diferenciados, porém, sem uma prole.

Outra argumentação a favor dos antropólogos mais céticos em relação à descoberta é que, já foram encontrados fósseis de Homos com cerca de 2,3 milhões de idade, portanto, bem mais antigos do que a descoberta do Dr. Berger.

O Dr. berger rebate as críticas raciocinando sobre a não linearidade das mutações das espécies. No período em que a espécie homo estava começando a surgir, outras estavam se diferenciando, como os Austrolopithecus. Porém, por isolamento podemos ter algumas tribos de homo, por exemplo, mais ao norte da África e ao sul ainda teríamos o legítimo Australopithecus. Neste intervalo entre o Sul o Norte poderíamos ter Australopitecínios diferenciando-se para a nova espécie homo.

Realmente, não podemos afirmar que toda a população de Australopitecínios tenha evoluído ao mesmo tempo em toda África. Podemos até arriscar a dizer que, tais seres poderiam ter se espalhado mais, pelo mundo, do que onde hoje encontramos seus fósseis. Contudo, para iluminar mais a questão será necessário que se encontrem mais fósseis como o A. sediba e mais completos para que se possa formular uma teoria mais precisa sobre tais mutações.

Esta é uma interpretação livre do artigo científico publicado na Revista Science, portanto passível de erros. Sugiro a leitura do artigo em:
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Referências:
Berger, L.R. et al. 2010. Australopithecus sediba: A new species of Homo-like Australopith from South Africa. Science, 328(April 9): 195-204.

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