Alguém já mencionou anteriormente: "A atual crise não é tanto econômica, mas acima de tudo , moral.". Se não mencionaram eu a publico neste momento.
Acompanhamos uma crise de proporções terríveis se abater sobre o famigerado sistema capitalista. Seguramente muito pior do que a grande depressão de 1929. No entanto, desta vez, o sistema parece ir bem. O que não vai bem, porém, é a índole dos mega "usurpadores".
Para ilustrar o assunto apresentemos o artigo do nobre jornalista e escritor Clóvis Rossi, publicado na folha de S. Paulo de quinze de maio de 2010. Neste artigo, o preclaro sr. Rossi começa com um comentário ao malsucedido processo conhecido como "Novo Trabalhismo" ou a "Terceira via". Antony Giddens, eminente sociólogo inglês, apresenta-se como principal ideólogo do referido processo implantado no Reino Unido pelos dois últimos ministros, fez um balanço positivo apontando como um de seus principais erros: a submissão aos mercados financeiros. "Os líderes trabalhistas teriam que deixar muito claro que reconhecer as virtudes dos mercados não equivale de modo algum prostar-se ante eles", alegou Giddens ao "El Pais".
Continuando, o sr. Rossi retorcede ao ano de 2002. Época da campanha eleitoral para presidência da República. Ele recupera uma entrevista da Folha e de acordo com sua interpretação o entrevistado, sr. George Soros argumenta sobre a movimentação das elites financeiras na época: "(...) Era necessário, pois, sugar o máximo de dinheiro possível como um digamos, habeas corpus preventivo para a moratória". A moratória era esperada caso o atual presidente ganhasse as eleições.
Notem a movimentação entre as elites, que controlam os mercados, no intuito de proteger seus interesses, mesmo que isto signifique o flagelo de muitos.
No entanto, o Presidente Lula, vencendo as eleições, respondeu, sabiamente, elegendo o sr. Henrique de Campos Meirelles para a presidência do Banco Central. O sr. Meirelles "(...) fora presidente de um dos grandes nomes do mercado (BankBoston)(...)". Esta ação seguramente acalmou as incertezas do mercado financeiro e certamente selou, na minha visão, a trégua entre o mercado e o governo, amparando o sistema econômico brasileiro.
Eis, no entanto, que deflagrada a crise financeira de 2008, centralizados os lucros e socializados os prejuízos, segue-se um breve período de uma suposta calmaria e o desfecho vem com a derrocada do sistema econômico Grego, que pode inclusive desestabilizar a União Européia, revivendo o caos de 2008.
Tudo isto demonstra que foi feito pouco ou quase nada para a recuperação do sistema. Ou seja, as práticas permanecem como antes. Para ser mais claro, a lei do "só pode haver um!" perdura. O que realmente se pode deduzir com os acontecimentos é que os governos se submetem aos mercados e os últimos conservam uma contabilidade básica: Privatiza-se os lucros e socializa-se as perdas.
Às vezes me pergunto: Será que os liberais não estão contaminando o sistema ao tentar recuperá-lo, repondo aos causadores da crise, seus rendimentos? não seria, a quebra destes monstros financeiros uma ação do mercado para tentar equilibrar-se sozinho, como predizem os gurus do liberalismo? Talvez os Estados não devam sustentar os mega mercados parasitários quando estes entram em crise...
Encerro meu texto com a observação de Paul Grauwe, da universidade holandesa de Loraine: "A fonte da crise da dívida dos governos é a libertinagem passada de grandes segmentos do setor privado, e em particular do setor financeiro.
___________________
Referências:
ROSSI, Clóvis. Aqueles olhos azuis atacam de novo. In.: Folha de S. Paulo, São Paulo, 15/05/2010.
Acompanhamos uma crise de proporções terríveis se abater sobre o famigerado sistema capitalista. Seguramente muito pior do que a grande depressão de 1929. No entanto, desta vez, o sistema parece ir bem. O que não vai bem, porém, é a índole dos mega "usurpadores".
Para ilustrar o assunto apresentemos o artigo do nobre jornalista e escritor Clóvis Rossi, publicado na folha de S. Paulo de quinze de maio de 2010. Neste artigo, o preclaro sr. Rossi começa com um comentário ao malsucedido processo conhecido como "Novo Trabalhismo" ou a "Terceira via". Antony Giddens, eminente sociólogo inglês, apresenta-se como principal ideólogo do referido processo implantado no Reino Unido pelos dois últimos ministros, fez um balanço positivo apontando como um de seus principais erros: a submissão aos mercados financeiros. "Os líderes trabalhistas teriam que deixar muito claro que reconhecer as virtudes dos mercados não equivale de modo algum prostar-se ante eles", alegou Giddens ao "El Pais".
Continuando, o sr. Rossi retorcede ao ano de 2002. Época da campanha eleitoral para presidência da República. Ele recupera uma entrevista da Folha e de acordo com sua interpretação o entrevistado, sr. George Soros argumenta sobre a movimentação das elites financeiras na época: "(...) Era necessário, pois, sugar o máximo de dinheiro possível como um digamos, habeas corpus preventivo para a moratória". A moratória era esperada caso o atual presidente ganhasse as eleições.
Notem a movimentação entre as elites, que controlam os mercados, no intuito de proteger seus interesses, mesmo que isto signifique o flagelo de muitos.
No entanto, o Presidente Lula, vencendo as eleições, respondeu, sabiamente, elegendo o sr. Henrique de Campos Meirelles para a presidência do Banco Central. O sr. Meirelles "(...) fora presidente de um dos grandes nomes do mercado (BankBoston)(...)". Esta ação seguramente acalmou as incertezas do mercado financeiro e certamente selou, na minha visão, a trégua entre o mercado e o governo, amparando o sistema econômico brasileiro.
Eis, no entanto, que deflagrada a crise financeira de 2008, centralizados os lucros e socializados os prejuízos, segue-se um breve período de uma suposta calmaria e o desfecho vem com a derrocada do sistema econômico Grego, que pode inclusive desestabilizar a União Européia, revivendo o caos de 2008.
Tudo isto demonstra que foi feito pouco ou quase nada para a recuperação do sistema. Ou seja, as práticas permanecem como antes. Para ser mais claro, a lei do "só pode haver um!" perdura. O que realmente se pode deduzir com os acontecimentos é que os governos se submetem aos mercados e os últimos conservam uma contabilidade básica: Privatiza-se os lucros e socializa-se as perdas.
Às vezes me pergunto: Será que os liberais não estão contaminando o sistema ao tentar recuperá-lo, repondo aos causadores da crise, seus rendimentos? não seria, a quebra destes monstros financeiros uma ação do mercado para tentar equilibrar-se sozinho, como predizem os gurus do liberalismo? Talvez os Estados não devam sustentar os mega mercados parasitários quando estes entram em crise...
Encerro meu texto com a observação de Paul Grauwe, da universidade holandesa de Loraine: "A fonte da crise da dívida dos governos é a libertinagem passada de grandes segmentos do setor privado, e em particular do setor financeiro.
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Referências:
ROSSI, Clóvis. Aqueles olhos azuis atacam de novo. In.: Folha de S. Paulo, São Paulo, 15/05/2010.
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