Estrela triste a refletir na lama,
Raio de luz a cintilar na poeira,
Tens a graça sutil e feiticeira,
Do teu olhar um fluido se derrama
De tão suave, cândida maneira
Que és a sagrada pomba alvissareira
Que para o Amor toda a minh'alma chama.
Meu ser anseia por teu doce apoio,
Nos outros seres só encontra joio
Mas só no teu todo o divino trigo.
Sou como um cego sem bordão de arrimo
Que do teu ser, tateando, me aproximo
Como de um céu de carinhoso abrigo.
______________________________Referências:
CRUZ E SOUZA, João da. Abrigo Celeste. In.: CRUZ E SOUZA: Obra completa. Org. Andrade Murici. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995. p. 193.
(*) Imagem disponível em: http://www.vidaslusofonas.pt/cruz_e_sousa1.jpg, 23/04/2011 23:08.
Belo poema!
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