Carnais sejam carnais tantos desejos,
Carnais, sejam carnais tantos anseios,
Palpitações e frêmitos e enleios,
Das harpas da emoção tantos arpejos...
Sonhos, que vão, por trêmulos adejos,
À noite, ao luar, intumescer os seios
Lácteos, de finos e azulados veios
De virgindade, de pudor, de pejos...
Sejam carnais todos os sonhos brumos
De estranhos, vagos, estrelados rumos
Onde as Visões do amor dormem geladas...
Sonhos, palpitações, desejos e ânsias
Formem, com claridades e fragrâncias,
A encarnação das lívidas Amadas!
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(CRUZ e SOUZA, João da. Encarnação. In.: Obra completa org. Andrade Murici. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995 (p.72-3).
(*) imagem disponível em: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/35/Cruz_e_Sousa.jpg 06.02.2013 22:07.
Olá Joandre!
ResponderExcluirQue belo poema de Cruz e Souza!.. conheço pouco do autor, mas através deste poema vejo que me agrada seu estilo poético..
É muito instigante a forma como ele fala de desejos carnais, e sonhos.. ao meu ver, talvez o eu lírico sonha acordado, sonha sob a luz do luar com lembranças de um amor.. Enfim, gostei muito, é um lindo poema.
Obrigada por sua visita em meu blog!
Tenha um ótimo feriado.
Um forte abraço..