sábado, 30 de março de 2013

Então é Natal...

Estamos vivendo um período especial no ano. Acercamo-nos do Natal, a festa cristã, a celebração do renascer, renovar, recomeçar. Em suma, é a época da expectativa. Expectativa da estrela a guiar os Pastores, que nos remete às luzes para guiar o povo de Deus. Expectativa dos presentes: ouro, incenso e mirra. Para muitos, apenas o pão, o leite, o arroz e o feijão. Para outros, o carro novo, a ceia, as roupas, as viagens, as jóias... A expectativa da união; ver toda a família reunida, mesmo que seja em um barracão... Expectativa de brindar com um copo de champanhe borbulhante ou apenas com água amarelada do tanque. Universaliza-se o doce sentimento da fraternidade, desde que no dia 26 tudo volte a ser como antes.
Todos segregados em suas casas ou em sítios particulares com suas famílias, e coitado daquele que nesse momento perambula solitário por entre as luzes, o burburinho e a alegria. Ele não é um dos nossos, não faz parte da nossa família! É o reino dividido.
Renovam-se os estoques de sal de frutas, os vidros de bicarbonato e epocler. Pois, a noite festiva, no final, pode fazer-nos muito mal. Afinal, é apenas uma noite no ano, a mais iluminada, tem que “valer a pena!!!”.
Não nos esqueçamos dos presentes; de dar e de receber também. Nessa época, principalmente, como nos fala Frei Beto, “somos consumidos pelas mercadorias na medida em que essa cultura neoliberal nos faz acreditar que delas emana uma energia que nos cobre como uma bendita unção(...)”.
Nas janelas, nas árvores, nas lojas, estampam-se o semblante de um velho – vestido como os nórdicos, neste país tropical – que é a bondade em pessoa, desde que venha com seu trenó, abarrotado de presentes, puxado por belas e encantadas renas. A ele são atribuídos poderes sobrenaturais, um extraordinário carisma envolve-o. Ele é o único que pode adentrar nossas casas nessa fraternal noite.
As crianças quase não se agüentam, aparecem comichões em suas camas, querem ver o “bom velhinho” debruçar-se ao pé da árvore e regá-la com enormes caixas coloridas.
Assim passa-se a noite, gradativamente populações inteiras celebram ruidosamente o Natal. Enquanto isso, em meio a todo esse burburinho, a todo o esplendor dessa noite, uma pobre criança esquecida nasce em uma gruta... Outras pobres crianças esquecidas também nascem... Quais serão suas expectativas?
Quem assiste ao frenesi dessa noite pode então observar, como Sócrates observou: “quanta coisa existe de que não precisamos para ser feliz”.
Que todos tenham um bom Natal, COMO UMA UNIDADE... São os votos dos integrantes do Grupo Acervo Documental “Mesopotâmia Mineira” para que todos tenham, realmente, um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo. Renovamos o desejo de continuarmos juntos no ano que em breve iniciará.


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Referências 

Artigo publicado no Jornal Diário em 24 de dezembro de 2007. Escrito por: Joandre Oliveira Melo, integrante do grupo Mesopotâmia Mineira:


Projeto Mesopotâmia: Geraldo F. Fonte Boa (Professor da FAPAM e Coord. do Projeto. E-mail: phonteboa@gmail.com.br), Flávio M. S. (Coord. Curso de História FAPAM. HP: www.nwm.com.br/fms), Ana Maria Campos (MUSPAM); Professores formados em História na FAPAM: Alaércio Delfino, Alfredo Couto, Damary de Carvalho, Geraldo Rodrigues, Hoffman Elias e Joandre Oliveira Melo. Aluna do curso de História/Fapam: Isabel Moura. Site FAPAM: www.fapam.edu.br

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