quinta-feira, 18 de junho de 2009

Aos meus alunos com carinho...

O que escrevo abaixo não poderia retribuir a homenagem a mim prestada por meus alunos de Sociologia da Escola Estadual Zico Ferreira, em Torneiros, ao fim do meu período em substituição à professora efetiva. Seria como comentar um clássico de Goethe ou um verso de Homero. No entanto, atrevo-me a grafar as pequenas notas que se podem ler abaixo:


Quando Cheguei...


Quando cheguei, após minha recente conclusão do curso de graduação em História, pensei que encontraria apenas a argila estéril; poços rasos encharcados por uma água salobra e pusilânime. Destarte, era o estereótipo da juventude que trazia na minha mente preconceituosa.


Porém, meus queridos alunos mostraram-me que, por baixo de dura e estéril camada de argila e da terra apodrecida pelas águas que acumulavam em seus sulcos, sem poder penetrar terra adentro, a qual imaginara, deitava uma terra fértil e, ali, sementes tão tenras e saudáveis em doce hibernação, somente esperando que a argila fosse revirada e os charcos drenados, para se abrirem ao calor do sol e enraizarem-se frenética e fortemente ao seio daquele solo acolhedor; nutrindo-se pela dádiva da natureza, espontaneamente doada ao regozijo dos homens e mulheres.


Eram sementinhas com desejos latentes, sonhos joviais e uma irresistível e maravilhosa vontade de viver... Eram como lindas pérolas escondidas em ostras feias... como os diamantes, que vêm da lama...


O meu trabalho seria apenas o de remover e revirar a camada estéril e expor ao mundo aquelas sementes, como outros fizeram comigo, e outros antes destes e antes, durante todo o meu período de vida, até os dias de hoje... Logo vi que as sementes já sentiam a
ponta do arado cortando a argila dura e, antes mesmo que toda a camada sem vida fosse revolvida, já irromperam em um afã maravilhoso! Ainda frágeis brotinhos; porém decididos, a enverdecer a terra sem cor, em riste contra o céu


Daí em diante, meu trabalho se tornou prazer e aprendizado; bastou-me ser como a chuva benfazeja a regar aqueles brotinhos. E toda a terra estéril, logo se tornou uma linda planície verdejante, exalando os mais deliciosos perfumes; uma alegria jovial e uma paz que reinavam.


Assim, aquelas sementes me ensinaram que não basta apenas o sulco do arado, a chuva benfazeja ou o calor envolvente da terra ao sol... basta apenas que a semente seja boa e esteja tenra e saudável para vencer as barreiras que lhe serão impostas. E como eram boas as sementes que encontrei...


Jamais me esquecerei das tenras sementinhas, cheias de vida, repletas de esperança; dos seus sorrisos espontâneos, suas tagarelices incessantes e aquela inquietação, típica dos jovens, que tem a vida inteira pela frente e não se contentam em ser, apenas, testemunhas da História.


Na Escola Estadual Zico Ferreira, lecionei pela primeira vez: lá me ensinaram a ser professor!


Joandre Oliveira Melo, 12 de junho de 2009.

Um comentário:

  1. Olá amigo!

    Primeiramente, gostaria de te parabenizar pelo seu blog! Cheio de artigos bem escritos e tudo mais! Parabens mesmo!


    Então colega, meu nome é Luiz Soares, e eu estou aqui para te pedir uma espécie de favor...
    Será que você poderia adicionar o link de meu site de jogos na sua Lista de Links? O meu site é www.LuizJogos.com

    Ele já tem alguns meses de idade e tudo mais, porém ainda está pequeno, e uma ajuda como a sua seria recebida por mim com uma imensa satisfação!

    Se você quiser conversar comigo, me envie um e-mail: ownedzao(arroba)yahoo(ponto)com

    Obrigado mesmo!
    Luiz!

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Agradeço pelo seu comentário.