quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Leitura: Pará de Minas meu amor, 150 anos de histórias e estórias

Após deliciar-me com a leitura do admirável livro sobre Pará de Minas - do qual tive a honra de fazer parte como um dos colaboradores -, sua gente e suas reminiscênicas, o que mais ficou gravado foi o belo poema, que resume todo o livro, da meiga e encantadora Professora, escritora e redatora Carmélia Cândida. Aproveitem abaixo:

Nas Minas Gerais
Em meados do século XVIII ela começou a surgir
E, em 1859, foi emancipada
Como Vila do Pará e, depois, passou a ser Cidade do Pará!
em 1921: Pará de Minas

Hoje, é sesquicentenária!
E muito há para rememorar
Pessoas, lugares e histórias que marcaram
Parte da trajetória deste nosso Pará

Do Pará do Torquato, do Benedito,
Do Feliciano, do Ovídio e do Lindolfo.
Do Pará da Rua Direita, do Largo do Rosário,
Da lagoa do Zezé do Julinho e da praça da Matriz.

Do Pará que teve Chiquinha leguedê, Chiquinha leguedá
A saia da Chiquinha leva ferro de engomar
Que teve Dona Mariinha, senhora boa e caridosa
Que sempre dava um jeito de ajudar os outros.

Do Pará de um homem como Zezinho Xavier,
Que criou uma "farmacinha" para distribuir remédios
gratuitamente
A quem não pudesse comprar.

De mário Luiz Silva,
Que com sua memória e conhecimentos
Legou muito par nossa história

De Nem villaça, exímio construtor
Responsável pelo primeiro prédio de três andares da cidade
E idealizador do "nosso Cristo"

De sica, Benjamin de Oliveira
Mello Cançado,
E de tantos outros nomes...

De famosos personagens: Maiado, Maiadinho,
Zé da Varge, Tião Queiroz, Rita Pó,
Maria Fininha, Tininha, Baiano, Zé Ventania
Só para lembrar alguns.

Do Pará das serenatas
Que já foram um costume comum na cidade
E à beira da janela
Despertavam do sono as belas donzelas
Do Cine Imperial e do Cine Vitória
Do "Recreio Dramático" e do teatro de Dina do Jafé

Dos acalorados jogos no Paraense
Do sino da matriz, que silenciava o centro da cidade
Quando anunciava a bênção do Santíssimo Sacramento

Do famoso footing na rua Direita!
Moças andavam pra cá e pra lá (desfilavam!)
Os moços, parados no dois lados da rua
Só apreciando
Olhares furtivos, sorrisos, flertes
Dizem que ali começavam muitos namoros

E das meninas do Colégio das Irmãs...
Lá vem elas passando pelas ruas ao fim das aulas
Recatadas, comportadas
Com as saias antes compridas dobradas três vezes na
cintura
A gola da blusa levantada com o primeiro botão
desabotoado
E um comitê de rapazes animadinhos a vê-las passar

E de um tal de Henriquinho
(Como não falar dele?!)
Valentão e encrenqueiro
com seu bando e Terrerada
Achava que era o dono da cidade
(E quase era mesmo. Não fosse o José Augusto Corrêa
de Miranda...)

Do Pará de tanta gente!
De tantas histórias...
Dos nossos antepassados...
Do Pará que é meu, do Pará que é seu
Do Pará... de Minas!

Pará de Minas que eu amo!
Pará de Minas a quem quero bem
Cidade Rainha, vestida de verde...

Pará de Minas... meu amor...
(Carmélia Cândida, graduada em Letras e Pós-graduada em Alfabetização e Letramento, é redatora/revisora de textos e contadora de histórias).
__________
Excerto extraído do livro: Pará de Minas, meu amor - 150 anos de História e estórias.
(*) Foto da escritora Carmélia Cândida, extraída do seu orkut disponível em: 02/12/2009 22:56hs. A autora pode ser encontrada emseu blog: Baú da Carmélia.

3 comentários:

  1. Joandre,

    também gostei muito do livro.
    É, como você, gostei muito do poema da Carmélia.
    A meu ver, o texto dela apresenta o conteúdo de "Pará de Minas meu amor, 150 anos de histórias e estórias" como se fosse um retrato do livro.
    Os editores escolheram a pessoa certa para "as orelhas" do livro, né mesmo?
    Terezinha Pereira

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  2. Joandre, Terezinha
    OBRIGADA!!!
    Um grande abraço pra vcs!!!

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  3. Joandre,

    ainda não li o livro, mas "Figurinhas
    Carimbadas", peço licença para assim chamá-los, como Zé da Varge, Maria Fininha, Maiado e Maiadinho, não poderiam deixar de se tornar imortais, ainda mais, lembrados com tanta doçura, nas palavras de Carmélia, essa grande e talentosa artista, da qual me orgulho por ser também, minha amiga do coração.
    Parabéns, Cá!!!

    Sandra Aguiar

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