O texto abaixo é apenas um comentário à postagem de um texto do Prof. Antônio Ozai da Silva sobre a morte do diletantismo e a usurpação do conhecimento pelo mercado e a arrogância dos acadêmicos. Ler o artigo na íntegra: Óleo de Lorenzo e Patch Adams: a arrogância titulada.
[Meu comentário] ...
O tema debatido em epígrafe é relevante em nosso tempo. Vivemos, como bem escreveu o preclaro sociólogo Max Weber, na era do desencantamento do mundo. Os prazeres de saber tornaram-se impostos pelo sistema, que exige-nos que saibamos, porém, o saber ditado pelo sistema.
Não interessa mais o diletantismo, embora todos saibam que este devotar-se a um conhecimento é relevante e rendeu-nos bons frutos no caminhar da humanidade, mas o saber carrancudo, imposto pela técnica, comprovado pelo método. Não há lugar no atual modelo para o diletante, nem sobreviver da sua arte ele poderá.
Sabemos que, tanto a técnica quanto o método são periodicamente renovados: cada geração faz suas próprias perguntas.
O problema maior, penso, é a subordinação, a assimilação do saber científico pela indústria. Não existe mais aqueles "Dom Quixotes" que desafiavam moinhos de vento. Ou o saber está dentro da indústria que o financia, o alimenta e também, é claro, o dirige para seus propósitos, ou está na academia. Nesta última, o gosto pela descoberta morreu; renasceu um sentimento de uso mútuo: utiliza-se do saber acumulado pelo séculos para preparar profissionais que, por conseguinte, têm de se render ou somente buscam uma posição dentro do sistema, dentro da indústria.
Enfim, muito ainda há por fazer para repararmos aquilo que desleixadamente deixamos vender-se ao mercado. Termino com um pensamento de Rubem Alves e que tento passar aos meus alunos, nas aulas de sociologia: "O cientista se tornou um mito e o mito é perigoso, porque inibe o pensamento e estimula o comportamento".
[Meu comentário] ...
O tema debatido em epígrafe é relevante em nosso tempo. Vivemos, como bem escreveu o preclaro sociólogo Max Weber, na era do desencantamento do mundo. Os prazeres de saber tornaram-se impostos pelo sistema, que exige-nos que saibamos, porém, o saber ditado pelo sistema.
Não interessa mais o diletantismo, embora todos saibam que este devotar-se a um conhecimento é relevante e rendeu-nos bons frutos no caminhar da humanidade, mas o saber carrancudo, imposto pela técnica, comprovado pelo método. Não há lugar no atual modelo para o diletante, nem sobreviver da sua arte ele poderá.
Sabemos que, tanto a técnica quanto o método são periodicamente renovados: cada geração faz suas próprias perguntas.
O problema maior, penso, é a subordinação, a assimilação do saber científico pela indústria. Não existe mais aqueles "Dom Quixotes" que desafiavam moinhos de vento. Ou o saber está dentro da indústria que o financia, o alimenta e também, é claro, o dirige para seus propósitos, ou está na academia. Nesta última, o gosto pela descoberta morreu; renasceu um sentimento de uso mútuo: utiliza-se do saber acumulado pelo séculos para preparar profissionais que, por conseguinte, têm de se render ou somente buscam uma posição dentro do sistema, dentro da indústria.
Enfim, muito ainda há por fazer para repararmos aquilo que desleixadamente deixamos vender-se ao mercado. Termino com um pensamento de Rubem Alves e que tento passar aos meus alunos, nas aulas de sociologia: "O cientista se tornou um mito e o mito é perigoso, porque inibe o pensamento e estimula o comportamento".
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