sábado, 26 de janeiro de 2013

Proclamação da República - O contexto

O século XIX, mais precisamente em sua segunda metade, foi um período de mudanças sem precedentes para o mundo. Neste século, fundamentou-se as bases intelectuais que proporcionaram o grande avanço observado no século XX, imprimindo uma nova direção no processo histórico mundial.
O Brasil não veio a reboque, acompanhou as mudanças que ocorriam concomitantemente no mundo. Talvez, o episódio da Proclamação da República tenha sido o mais importante acontecimento, para o Brasil, nesse período. Ele representou a ruptura com um regime que prolongava-se desde a época colonial – obviamente que o processo de independência, a princípio, pretendia desatar completamente o nó que nos prendia ao passado como colônia de uma monarquia, porém, mostrou-se tanto quanto ou mais tradicional e autoritário como o anterior – que culminou no Império no Brasil, conduzido por um Português, D. Pedro I, que abdicaria ao trono, mais tarde, em favor de seu filho D. Pedro II.
O império herdado pelo infante D. Pedro II cairá em 1889, derrubado, em última análise, pelos militares integrantes do Exército brasileiro.
Concordando com Nietzsche sobre a tênue existência do fato, a não ser pelas interpretações, tentaremos abordar a processo que culminou com a implantação do regime republicano no Brasil. Esse processo, de acordo com as pesquisas para o trabalho de conclusão de curso do aluno Joandre Oliveira Melo – integrante do grupo Acervo Documental Mesopotâmia Mineira – apresentado ao curso de História da FAPAM em 2006, não foi consciente, no início, e, apesar de promover profundas mudanças na ordem econômica e política do Brasil, não se configurou como uma Revolução, pelo fato de não ocorrerem mudanças sociais significativas, ou seja, o povo praticamente esteve alheio ao processo sendo todo ele conduzido, efetiva e ativamente, pelas elites políticas e pelo Exército.
Para Caio Prado Júnior (1907-1990), eminente historiador, D. Pedro II desempenhou um papel secundário no cenário político brasileiro e suas ações eram reflexos das circunstâncias. Prestava-se, relata o nobre historiador, apenas aos detalhes burocráticos (PRADO JÚNIOR, Caio. Evolução Política do Brasil. 1961:p.92) Contentava-se em atender aos apelos do momento intercalando ministérios Liberais e Conservadores no poder, na tentativa de equilibrar o jogo político. Na época do Império existiam basicamente duas forças políticas, ou dois partidos: os Liberais e os Conservadores. Os Liberais, segundo Francisco Iglésias, mais inclinados à uma descentralização do poder, autonomia das províncias e, até certo ponto, contrários ao trabalho escravo. Os Conservadores favoráveis à maior centralização administrativa e do poder nas mãos do Imperador.
Para Fernando Henrique Cardoso, na obra “História Geral da Civilização Brasileira – Tomo III – O Brasil Republicano”, a implantação da República não foi uma mera “quartelada”; representou uma mudança relativamente profunda no meio social provocada, principalmente, pela crescente entrada do imigrante trazendo consigo ideias novas que refletirão em uma “opinião pública”.
De acordo com as pesquisas do trabalho de conclusão de curso, em epígrafe, três “Questões” devem ser abordadas, com mais cuidado, para se compreender o episódio da Proclamação da República. Essas questões serão discutidas no próximo artigo. 

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Referências
Artigo publicado no Jornal Diário em 22 de outubro de 2007. Escrito por: Joandre Oliveira Melo, integrante do grupo Mesopotâmia Mineira:


Projeto Mesopotâmia: Geraldo F. Fonte Boa (Professor da FAPAM e Coord. do Projeto. E-mail: phonteboa@gmail.com.br), Flávio M. S. (Coord. Curso de História FAPAM. HP: www.nwm.com.br/fms), Ana Maria Campos (MUSPAM); Professores formados em História na FAPAM: Alaércio Delfino, Alfredo Couto, Damary de Carvalho, Geraldo Rodrigues, Hoffman Elias e Joandre Oliveira Melo. Aluna do curso de História/Fapam: Isabel Moura. Site FAPAM: www.fapam.edu.br

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