Fui rocha, em tempo, e fui, no mundo antigo,
Tronco ou ramo na incógnita floresta...
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquissimo inimigo...
Rugi, fera talvez, buscando abrigo
Na caverna que ensombra urze e giesta;
Ou, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paúl [paul], glauco pacigo [pascigo]...
Hoje sou homem - e na sombra enorme
vejo, a meus pés, a escada multiform,
Que desce, em espiraes, na immensidade...
Interrogo o infinito e ás vezes chóro...
Mas, estendendo as mãos no vacuo, adoro
E aspiro unicamente á liberdade...
Anthero Tarquínio de Quental(1842-1891)
__________________
(*)Foto: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9d/Antero_de_Quental.jpg, em 13/10/2009 - 23:00hs
QUENTAL, Anthero de. Os sonetos completos de Anthero de Quental.(Martins, Oliveira [1845-1894])Texto disponível em: http://purl.pt/index/geral/aut/PT/10763.html. 14/10/2009 02:30hs
(*)Foto: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9d/Antero_de_Quental.jpg, em 13/10/2009 - 23:00hs
QUENTAL, Anthero de. Os sonetos completos de Anthero de Quental.(Martins, Oliveira [1845-1894])Texto disponível em: http://purl.pt/index/geral/aut/PT/10763.html. 14/10/2009 02:30hs
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradeço pelo seu comentário.